Monday, November 20, 2006
Relembrando Natais – 1ª Parte
A preparação das festas aqui no caos, sempre foi um capítulo à parte.
A forma de demonstrarmos amor uns pelos outros, é chamando para uma boa discussão e a montagem da árvore é mais uma desculpa para que elas ocorram.
Alguns amigos até costumam aparecer somente para assistir e divertir-se.
Não se trata de uma casa normal e, em vista disso, deve ser compreendida como uma aventura anual.
No primeiro dia de dezembro, um pouco antes talvez, montamos a árvore natalina. Não se trata de uma tarefa fácil. Primeiro deve-se decidir – não sem muita discussão – quem irá efetuar a montagem daquele trambolho, que é enorme.
Onde estarão os enfeites guardados no dia de Reis?
Com tudo encontrado e a estrutura montada, começa nova discussão acerca da técnica de montagem, sempre tendo como “debatedores” entre 3 e 30 pessoas cujas idades variam de 3 a 75 anos.
Nesse meio tempo, a sala pode ser invadida por cachorros alucinados tentando participar e quebrando várias coisas, vizinho querendo colaborar, ou empregadas loucas para verem o trabalho feito para poderem efetuar a limpeza.
Ninguém chega a uma rápida conclusão sobre o que deve ser colocado primeiro: luzes ou enfeites?
Duas ou três horas depois, com a árvore ainda pelada, a lei do mais forte impera e a luz é a primeira vencedora a ser instalada. Os outros participantes, há essa altura, estão sentados pela sala com cara de poucos amigos e bicos quilométricos.
A montagem da árvore tem toda uma história por aqui. Era feita pelo irmão mais velho durante sete anos, enquanto eu (a mais nova) teria que montar o presépio pelo mesmo período, tarefa que cumpria com imensa satisfação.
Com o surgimento de filhos, sobrinhos e netos, o trabalho passou todo para eles. Mas, exige que seja feita sob supervisão do mais normal da família (o difícil é achar) evitando que descambe para uma guerra tribal.
Enquanto aqueles que sabem cozinhar ficam na outra sala resolvendo o cardápio, eu sou a escolhida para apartar possíveis desentendimentos de decoração, com meu conhecido e temido humor.
Ao menos em uma coisa todos concordam: A ponteira da árvore, deve ficar na ponta!
Colocadas luzes e ponteira, os enfeites são pendurados, respeitando-se uma ordem dos donos do hospício: cada membro da família deve colocar – ao menos – uma bola ou enfeite, mesmo que isso leve o mês inteiro para terminar.
Devo reconhecer que, depois de um dia inteiro de discussões, nossa árvore é a mais linda da rua. Mesmo porque, não dá para ver as das casas vizinhas, já que estas têm cortinas na sala de entrada (outra coisa abolida no caos).
Luzes são, então, colocadas nas janelas onde irão permanecer até o próximo natal ou tiradas lá pelo mês de julho, se alguma alma abençoada se dispuser ao trabalho.
Com a casa iluminada, a árvore e o presépio montados, entramos definitivamente no espírito de natal.
Posted by Alegria ::
9:55 AM ::
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