Monday, November 20, 2006
Natal Passou
Como o esperado, o Natal no Caos foi uma bagunça de gente, música e alguns desastres.
Eramos cerca de 80 pessoas, sendo 40 só da família.
Perto das 8 da noite, os convidados começaram a chegar e as primeiras garrafas de vinho foram abertas.
As crianças já chegavam doidas para saber o que havia embaixo da árvore e faziam as contas para saber quantos presentes seriam de cada uma. Algumas corriam pela casa, atropelando tudo o que viam pela frente.
A festa rolava solta, muitas abobrinhas eram contadas e até encenadas aqui e ali.
Para cada foto tirada a pose precisava ser refeita umas 3 vezes, já que alguém sempre saia com cara de ébrio ou de olhos fechados e isso não seria de bom tom para ser guardado como lembrança da noite.
Perto das 23 horas a ceia foi servida e a multidão se aglomerou ao redor da mesa, como se houvessem chegado de uma longa viagem à pé pelo nordeste do Brasil.
Terminada a ceia, o bolo do aniversariante foi colocado na mesa principal e começou a sempre confusa procura pelas velas.
Como o caos possui hábitos arraigados, neste ano também, duas das velas haviam quebrado e de 2005, acabou virando somente 05. Mas, o que valia era a intenção e o Pai Nosso foi rezado com fé, até mesmo por aqueles que mal estavam se lembrando do próprio nome.
Finda essa parte, o pai do caos resolve chamar as noras para ajudá-lo na distribuição dos presentes e, ao invés de facilitar, a confusão se generalizou. Todos chamavam todos ao mesmo tempo. Até nisso o caos se repete.
Com as crianças mais tranquilas, pudemos receber os amigos que chegavam a cada momento e desperdir-nos daqueles que estavam de saída, sem o temor de sermos atingidos por objetos inesperados vindos de nem sei onde, atirados por pequenos seres entendiados pela espera.
Disseram-me que esse ano a festa estendeu-se até por volta das 4 da manhã apenas.
Apesar do caos ser o que é, acho fenomenal a disposição e alegria com que os pais do caos recebem toda esssa multidão em casa juntando toda a família, amigos, vizinhos e até transeuntes que ali resolverem entrar.
Mais um Natal, mais uma vez a família reunida, mais uma vez nada mudou. Graças a Deus!
Posted by Alegria ::
9:57 AM ::
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A VÉSPERA DO NATAL
Realmente o mais engraçado do natal aqui no caos acontece, na véspera do dia 25, quando colocamos a casa numa ordem digna de aparecer na revista Caras. Tudo é pose, mas a custo de muito trabalho conseguimos nos tornar uma família normal.
A arrumação acontece no dia todo, enquanto a ceia é preparada.
Como nunca tive a mínima queda para a cozinha, acabo sempre ficando com os homens e ajudando, inclusive a verificar a temperatura do chopp.
Alguns amigos costumam passar por aqui, como parada do que eles chamam de "vias crucis da bebida". É um passeio, onde a casa de todos os amigos são visitadas e a bebida é a recepção obrigatória.
Para explicar melhor a noite de natal por aqui, eis um texto de quem já viu a correria e pode dar uma opinião de fora.
E depois, há quem acredite que caos não é a palavra correta para descrever minha casa.
"Todo ano é a mesma coisa: o natal na casa da Família "Caos" é surreal, mas sensacional.
Minha amiga passa o dia 24 correndo de um lado para o outro para garantir o sucesso da empreitada. É claro que ela deixa tudo para a última hora, afinal de contas quem, em sã consciência, se dispõe a entrar numa loja para comprar brinquedos na véspera do Natal? Ou entrar na Passarela para comprar sapatos?
Imprevistos acontecem com todo mundo, mas na Família "Caos"...
Na hora que Mala consegue achar uma vaga no estacionamento do shopping, a irmã liga no celular pedindo para buscá-la na cabeleireira, rápido, porque ela precisa terminar a ceia. Ou senão, quando Mala está no caixa da loja de brinquedos, a mãe liga pedindo para ir buscar a cabelereira para pintar-lhe os cabelos...
São tantas coisas para fazer... Peru, tender, frutas, bacalhau, cerveja, vinho, gelo, ufa! Será que vai chover? Cunhado, vamos montar o puxadinho! (Que não passa de uma tenda branca, usada para aumentar o espaço)
Lá pelas 20 hs tem congestionamento nos banheiros, porque todo mundo resolve se arrumar ao mesmo tempo. E os convidados chegando...
Banho tomado, cabelo penteado, na hora que Mala vai colocar a meia calça, a maldita desfia de ponta a ponta, obrigando-a a dirigir-se ao Ponto de Meia para adquirir um par extra.
Festa rolando, parece que está tudo nos conformes. Só que a turma da cozinha manda brasa no vinho, e a bebida acaba. Toca a Mala ir ao mercado (de novo!) para comprar mais.
Ás 23:17 a Família lembra que esqueceu de comprar as velas para colocar no bolo de aniversário de Jesus, o que agracia nossa amiga com mais uma jornada - provavelmente a 10ª do dia - ao mercado mais próximo.
Quase meia-noite. A família se reune em volta da mesa. Geralmente o pai do caos fala algumas palavras, com a maestria que lhe é peculiar, seguido do Pai Nosso rezado por todo mundo de mãos dadas. À meia noite todos se cumprimentam e os brinquedos são entregues às crianças.
Às 12:10 o dono do caos pega o carro e vai dar uma volta, retornando às 12:50. Nesse horário, o pessoal da velha guarda já está indo embora, a mãe do caos vai se deitar e começam a chegar os amigos dos sobrinhos, e a festa rola solta até umas 4 da manhã.
O Natal na casa da Família "Caos" é assim: quem já foi, não quer perder. Quem nunca foi, não sabe o que está perdendo." (Adriane - frequentadora dos natais no caos há uns 8 anos)
Terminada a festa, quando o último convidado resolve ir embora, ou dormir por aqui mesmo começa a limpeza. Afinal, terminamos por volta das 6 horas da manhã. Temos, então, cerca de 5 horas para descansar, antes que a primeira leva de gente comece a chegar para o almoço natalino, que costuma estender-se até altas horas do dia 25.
Se há algo de que não se pode reclamar aqui no caos é de solidão, mesmo que implorada.
E que venha o Ano novo!
Posted by Alegria ::
9:56 AM ::
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Relembrando Natais – 1ª Parte
A preparação das festas aqui no caos, sempre foi um capítulo à parte.
A forma de demonstrarmos amor uns pelos outros, é chamando para uma boa discussão e a montagem da árvore é mais uma desculpa para que elas ocorram.
Alguns amigos até costumam aparecer somente para assistir e divertir-se.
Não se trata de uma casa normal e, em vista disso, deve ser compreendida como uma aventura anual.
No primeiro dia de dezembro, um pouco antes talvez, montamos a árvore natalina. Não se trata de uma tarefa fácil. Primeiro deve-se decidir – não sem muita discussão – quem irá efetuar a montagem daquele trambolho, que é enorme.
Onde estarão os enfeites guardados no dia de Reis?
Com tudo encontrado e a estrutura montada, começa nova discussão acerca da técnica de montagem, sempre tendo como “debatedores” entre 3 e 30 pessoas cujas idades variam de 3 a 75 anos.
Nesse meio tempo, a sala pode ser invadida por cachorros alucinados tentando participar e quebrando várias coisas, vizinho querendo colaborar, ou empregadas loucas para verem o trabalho feito para poderem efetuar a limpeza.
Ninguém chega a uma rápida conclusão sobre o que deve ser colocado primeiro: luzes ou enfeites?
Duas ou três horas depois, com a árvore ainda pelada, a lei do mais forte impera e a luz é a primeira vencedora a ser instalada. Os outros participantes, há essa altura, estão sentados pela sala com cara de poucos amigos e bicos quilométricos.
A montagem da árvore tem toda uma história por aqui. Era feita pelo irmão mais velho durante sete anos, enquanto eu (a mais nova) teria que montar o presépio pelo mesmo período, tarefa que cumpria com imensa satisfação.
Com o surgimento de filhos, sobrinhos e netos, o trabalho passou todo para eles. Mas, exige que seja feita sob supervisão do mais normal da família (o difícil é achar) evitando que descambe para uma guerra tribal.
Enquanto aqueles que sabem cozinhar ficam na outra sala resolvendo o cardápio, eu sou a escolhida para apartar possíveis desentendimentos de decoração, com meu conhecido e temido humor.
Ao menos em uma coisa todos concordam: A ponteira da árvore, deve ficar na ponta!
Colocadas luzes e ponteira, os enfeites são pendurados, respeitando-se uma ordem dos donos do hospício: cada membro da família deve colocar – ao menos – uma bola ou enfeite, mesmo que isso leve o mês inteiro para terminar.
Devo reconhecer que, depois de um dia inteiro de discussões, nossa árvore é a mais linda da rua. Mesmo porque, não dá para ver as das casas vizinhas, já que estas têm cortinas na sala de entrada (outra coisa abolida no caos).
Luzes são, então, colocadas nas janelas onde irão permanecer até o próximo natal ou tiradas lá pelo mês de julho, se alguma alma abençoada se dispuser ao trabalho.
Com a casa iluminada, a árvore e o presépio montados, entramos definitivamente no espírito de natal.
Posted by Alegria ::
9:55 AM ::
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